[quarta-feira, setembro 06, 2006]

[Baú da saudade.]


A saudade corrói meus pensamentos. Me faz percorrer léguas, sem sair do lugar.
Me faz chorar de soluçar, permitindo-me recorrer aquele velho baú, um dia trancado a sete chaves.
Ah, aquele bendito baú!
Agora abarrotado de lembranças significantes e coisas insignificantes, que um dia valeram ouro e hoje se encontram bagunçadas, amassadas, mas ainda me trazendo um propósito:
Tentar matá-la, mas ela não morre, nunca!
Eu, estática em frente ao baú, levemente empoeirado e gordo de cartas e poemas, sento-me ao chão para não desfalecer, respiro fundo e abro o baú.
Como dói, ver tuas letras, ler tuas palavras, sentir o cheiro dos papéis de carta, já desgastados e lembrar que parte da nossa felicidade está ali, guardada na casa das boas lembranças.
É assim como eu chamo o baú.
Ela fica ali escondidinha, esperando um passo torto para poder ressurgir...
Sua visita sempre inesperada, geralmente nas madrugadas de chuva e desespero.
Eu, fraca, sempre levanto, abro a porta e te mando entrar.
Mas hoje saudade, foi diferente... Uma despedida!
Deixei-te entrar, te servir um café, até chorei no seu ombro, última vez!
Vou queimar tudo; cartas, fotos, poemas, palavras e também o baú.
Todos terminarão em cinzas jogadas ao vento, e te direi:
- Vai embora saudade, não volta nunca mais!
Mas, se um dia voltares possa ser que eu esteja lá, te esperando com outro baú, outros poemas, cartas e letras e talvez eu até te diga:
- Entra saudade, aceita um café?!


por Dani * quarta-feira, setembro 06, 2006 -
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