[segunda-feira, abril 14, 2008]

[Ainda tenho muito...]


Ainda tenho muito daquela menina que não ia pra escola de bermuda por vergonha da perna fina; que vivia fazendo careta quando não gostava da comida.

Ainda tenho muito daquela menina que acordava tarde no fim de semana, e tomava muita coca-cola e comia pizza no café da manhã; que caía de patins, ralava o joelho, rasgava a calça e ficava com a mão marcada com os furinhos da rua.

Ainda tenho muito daquela menina que chorava de raiva, de dor, de saudade e de amor; que ligava e não falava nada, só pra escutar a voz; que dormia no carro e acordava sempre que chegava na rua de casa.

Ainda tenho muito daquela menina que adorava fazer diário, escrever tudo nas agendas, guardar cartinhas, bilhetes, papel de bala, ler e reler cartas das amigas e dos amores pretendidos.

Ainda tenho muito daquela menina que sempre foi amável e doce com as pessoas, que nunca sabia dizer um NÃO e sempre fazia biquinho quando recebia um.

Ainda tenho muito daquela menina que gostava de cuidar dos outros, sempre aconselhando mesmo sem saber se era certo; que sempre recebia reclamações no final do mês, quando a conta do telefone aparecia.

Ainda tenho muito daquela menina que sempre gostou de dançar até as pernas ficarem bambas, sem ritmo nem passo algum e de escutar músicas que corroem o coração até os olhos cansarem e os ouvidos ficarem doloridos.

Ainda tenho muito daquela menina que enjoava facilmente dos amores, ficava triste com isso, pois, vivia com o coração sempre inconstante e impulsivo, mas no fundo era louca para viver uma sensação nova que viesse e arrebatasse tudo lá por dentro, lhe fazendo perder o tino.

Ainda tenho muito daquela menina que sempre sonhou com um princípe encantado, montado em um cavalo branco, trazendo consigo todo o amor do mundo só pra ela.

Por que isso tudo fez eu ser o que sou hoje.

E pra falar a verdade, não quero deixar de ter NADA, nadinha daquela menina.
Gente, foi mal a ausência... Mas a minha inspiração tava meio que sem tempo de passar por aqui, espero que gostem.
Beijo.








por Dani * segunda-feira, abril 14, 2008 - 2 comentários
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[quinta-feira, fevereiro 22, 2007]

[Último suspiro.]

Suspirar: 1. Expressar por meio de suspiro. 2. Ter saudades de. 3. Dar suspiros.


Foi naquela noite quente, silenciosa e obscura que eu pude me deliciar dos meus próprios suspiros alto, abafado, vez por outra ecoando palavras sem contexto, mas cheias de pretensões, exalando algumas doses de álcool tomadas para entorpecer-me, que de nada adiantou.
Três da manhã, abajur meia-luz, um incenso de cravo aceso ao meu lado e um cheirinho da chuva entrando pela janela. Estávamos só, eu e os meus suspiros, ofegantes na maioria das vezes. Queria parar de suspirar, queria na verdade não mais precisar suspirar, ao menos que fosse do teu lado.
Deitada me virei, revirei, amassei todo o lençol, travesseiro jogado ao chão. O que eu mais queria era dormir, para fugir dos suspiros, fugir de você... Mas a insônia quando o assunto é você, transforma-se em companheira fiel e me acompanha por noites a fio, sem se quer me deixar piscar.
Liguei o som e tava passando aquela musiquinha que me faz lembrar você, pensei em te ligar, mas já era tarde, madrugada. Suspirei mais uma vez. Fechei os olhos bem forte, contei carneirinhos, muitos carneirinhos, e por fim, adormeci. Sonhei com você e acordei suspirando, passei o dia suspirando, semana suspirando, meses suspirando, uma verdadeira overdose de suspiros.
Agora, no 24o andar, encostada sob o parapeito da varanda, estafada e abatida de tantos suspiros, abro a minha mão, nela está uma foto 3x4 sua, meio desbotada de tantas lágrimas minhas, abro um sorriso, olho para foto e dou meu último e agora único suspiro.


por Dani * quinta-feira, fevereiro 22, 2007 - 3 comentários
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[quarta-feira, janeiro 17, 2007]

[Começa com o biquíni]

Começa sempre com uma bobagem, tipo um biquíni.
Depois vem a escova de cabelo, a de dentes (para não ter que ficar levando e trazendo), e por aí vai. E o fim-de-semana, que no início era apenas a noite de sábado, começa a ter início na sexta, para acabar, às vezes, só na manhã de segunda. E quando você percebe é tarde. Complicado.
Por mais amor que exista, para quem está acostumado a morar sozinho é muito difícil, de repente, uma pessoa dois dias seguidos em sua casa ( ou você na dela). Enquanto se lê o jornal, tudo bem. Ele fica direto com o primeiro caderno, e dá até para fazer algumas concessões e comentar algumas notícias - as mais leves, claro. Mas acabou o jornal, acabou o café da manhã, louça lavada entre beijinhos e carinhos sem ter fim, faz o quê? Música é a opção, claro, mas que tipo? Começa aquela cerimônia "Você quer ouvir o quê, meu bem?", seguida da resposta " O que você quiser, coração"; uma confusão, mas tudo pelo amor.
Sem crianças pela casa, nem empregada, nem problemas para discutir, nem mesmo ainda amigos ou gostos comuns, com dois longos dias pela frente, mas sem nenhum projeto de vida, se ama ( o tempo todo ninguém aguenta), se dança, se joga baralho ou gamão? difícil a opção.
Para ler um livro não dá, e para ficar calado também não. Almoçar fora é um realçe, e só discutir aonde vão já é uma grande delícia ( e uma bebidinha bem que ajuda). Altos cozidos, peixadas fantásticas, cerveja rolando, momentos de prazer e euforia. Euforia que sempre precede a depressão, aliás. Quando o almoço acaba, são quatro e meia. Um cinema? a próxima sessão é às seis, uma boa hora a passar. Livraria ou banca de jornais, e pronto.
Se o filme é bom, maravilha; se não, aquele desconforto para quem escolheu.
Para casa? claro, para casa. De novo: a sua ou a minha?
Beber nessa hora, nem pensar. Comer, só no dia seguinte. Namorar, francamente, não. Espichar o corpo, sim, mas na sala ou no quarto? Em início de romance não dá para ficarem em cômodos diferentes. Enquanto a televisãopassa aquelas bobagens especias de sábado ( os programadores têm a ilusão de que nesse dia todo mundo sai para dançar), um dos dois talvez dê uma cochilada.
Se for o que está em sua própria casa, o outro sente a mais profunda das solidões.
Gostaria tanto de telefonar para alguém; para nada, só para voltar um pouco a seu próprio mundo, mas deixá-lo dormindo no quarto e ir para a sala falar no telefone pode não pegar bem. O jeito é ficar calada, quieta, para ver o que acontece. Uma hora qualquer ele vai acordar, mas quando? E vão fazer o quê?
Se disser que quer ir para casa vai soar quase como uma briga, afinal não se deixa um namorado num sábado à noite por nada. Será que todo namoro é tão difícil assim?
É a falta de futuro que dificulta a relação, a falta de planos, Se estivessem pensando em morar juntos, ter filhos, claro que seria tudo mais fácil. Por que não?
Um dia eles até casam, só para terem assuntos em comum, isto é, problemas.
Podem até ser felizes, para sempre.


por Dani * quarta-feira, janeiro 17, 2007 - 2 comentários
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[segunda-feira, outubro 23, 2006]

[Escuro iluminado.]


Meus pensamentos correm pela cidade a procura de postes iluminados para que as minhas idéias sejam clareadas, minhas vontades esclarecidas e os meus passos finalmente encontrados.
Olho ao redor e não vejo nada, parece que estou caminhando em círculos, tudo escuro, complexo e confuso.
Nenhum sinal, nenhum candeeiro aceso, nenhuma fumaça de fogueira para que eu possa me guiar.
Agora me diz, por favor... Só me diz!
Aonde vou parar? A quem pedir ajuda? A você?
Se ao menos pudesse te enxergar, mais tudo está escuro, lembra?!
Tira-me daqui, me dá a tua mão, me carrega para o paraíso, lá eu sei que posso te respirar bem fundo, caminhar contigo de mãos dadas, braços entrelaçados e finalmente ver o sol nascer, aí sim...
Tudo ficará nítido.
Sei que os meus olhos irão lacrimejar nessa hora, tenha calma, será de felicidade.
Felicidade de não mais precisar correr pela cidade a procura dos postes iluminados, e assim poderei seguir seus passos, em paz!

* Foto by Daniela T.



por Dani * segunda-feira, outubro 23, 2006 - 3 comentários
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[Uma canção chamada coração!]



Dizem que dançar liberta a alma.
Vem dançar, então!
Faz-me uma canção!
Quero sentir o teu calor, encostando a minha cabeça sobre o teu peito molhado de suor, e sentir o teu coração palpitando tão forte, mais tão forte que não escuto nem a canção, e assim vou seguindo o embalo, o doce e exagerado ritmo do teu coração.


* Foto de : Love-is-paranoide (DeviantARt).


por Dani * segunda-feira, outubro 23, 2006 - 4 comentários
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[terça-feira, setembro 19, 2006]

[Borboleta de cores]


Preste atenção naquela bela borboleta, que todos os dias sobrevoa tua janela, colorindo tuas cortinas e fazendo peripécias.
Ela que inventou a alegria, o remédio contra o mal de amores e picotou todas as cartas, nas quais tu te despedias falando horrores.
Sempre repousa em teu jardim, namora com tuas flores e vai embora levando tuas dores.


por Dani * terça-feira, setembro 19, 2006 - 4 comentários
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[sexta-feira, setembro 15, 2006]

[Ter você.]


Quero ter você, quero que o teu amor abarrote meu coração, que a tua voz soe como uma canção lenta e suave, para que nossos corpos possam deslizar e elevar nossos pensamentos até conseguir o entrelace de nossas almas.
Quero prender-te em minha humilde alcova, te acalentar cada vez que uma estrela surgir e iluminar o nosso destino, até chegar no limite, no fim, e mesmo chegando no fim, vou continuar querendo ter você, assim, só para mim!


por Dani * sexta-feira, setembro 15, 2006 - 1 comentários
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[quinta-feira, setembro 07, 2006]

[Daniela.]


Tente me desvendar, me redesenhar.
Leia meus olhos. Leia minha essência.
Nada sou, além do indecifrável.

By Paula Teixeira, feito pra mim!
E a foto roubada, gosto dela!


por Dani * quinta-feira, setembro 07, 2006 - 3 comentários
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Minha foto
Nome:
Local: Recife, Pernambuco, Brazil

Metade de mim é amor... E a outra metade, também!





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